O trabalho do Psicoterapeuta é fundamentado no estudo do comportamento social e dos processos mentais.
Não trata de "doenças", não enuncia diagnóstico, tampouco é um vendedor de serviço.
Deve estar capacitado para acolher, escutar e interpretar o cliente naquilo que contém em alguma coisa da sua fala.
Contudo, tem o dever de esclarecê-lo e ajudá-lo a libertar-se da impossibilidade que se encontra no atual curso de sua vida, ou seja, ampliar o seu autoconhecimento.
O aprazimento ao cliente não é relevante em terapêutica. Existe uma grande diferença entre o atendimento terapêutico que busca a ampliação do autoconhecimento e o atendimento comercial que tem como objetivo a satisfação pessoal do cliente.
No segundo caso, o principal objetivo é manter a fidelidade com o atendimento ou com a marca do produto ou serviço; a lealdade; a qualidade percebida; a associação e a sensibilização que representam na perspectiva do prestador de serviço e do consumidor, a aferição da importância e da forma de como o serviço é prestado. Este é o diferencial que permite as empresas auferirem lucros maiores, acarretando uma maior fidelidade do cliente e as protegendo dos ataques dos concorrentes.
Satisfação significa dentre outros: ação ou efeito de satisfazer ou satisfazer-se, contentamento; prazer resultante da realização daquilo que se espera ou do se deseja.
São muitas as formas e as práticas terapêuticas existentes, entretanto, há algo em comum: a satisfação com o trabalho. Isto porque, o cliente pode se libertar de seus conflitos com quaisquer técnicas, pois o que importa é o que ele foi, e o que atualmente é.
Aceitar o cliente como é, unindo sua sabedoria com a satisfação do Psicoterapeuta em seu trabalho, conduzirá a melhores esclarecimentos na ordem da linguagem terapêutica, sem nivelar ou querer formatar o outro.
Para MAGALHÃES (1997),
“Encontrar a satisfação no trabalho é algo desafiador. Poucos têm esse privilégio. No próprio Gênese, Deus amaldiçoa Adão com o trabalho: “ comerás o pão com o suor do teu rosto.”
Entretanto, é indispensável buscar a satisfação no trabalho. Passamos no trabalho a maior parte do tempo que estamos acordados. Se não fomos satisfeitos no trabalho, restará pouco tempo para a satisfação.
Há duas formas de estar satisfeito com o trabalho: a primeira é fazer o que gosta; a segunda é aprender a gostar do que se faz. A primeira é bem mais fácil, desde que você saiba escolher.
Dedique-se ao que tem a ver com você, descobrindo sua vocação e seu interesse.
A segunda é mais difícil. Você vai ter de estudar a fundo o assunto, descobrir suas particularidades, envolver-se com ele, até tomar gosto.
Se não conseguir nem um, nem o outro, o máximo que poderá fazer é aprender a administrar sua insatisfação.”1
O Psicoterapeuta deve resistir à tentação da satisfação pessoal do cliente de forma dissociada do seu trabalho, pois isso desgastará ou poderá ser um fator impeditivo à continuação da terapêutica.
O relevante na terapia é ajudar o cliente a se libertar dos problemas que o trouxeram até o Psicoterapeuta.
Entretanto, o Psicoterapeuta não pode se iludir, pensando somente no conjunto de ações no qual está trabalhando para atingi-las. Ao contrário, deve desenvolver estratégias para explorar o que está acontecendo com o cliente, para, então, decidir o que fazer.
A preocupação, não deve se centrar na expectativa de êxito ou fracasso, pois a fase será de adequação contínua às consequências das ações. Parece uma distinção sutil, mas pode ser profunda em seus efeitos sobre o processo da terapêutica na busca da ampliação do autoconhecimento.
O dinheiro é um elemento simbólico que garante a neutralidade do analista."É certo que a necessidade de se alcançar com inteligência e perceber as intenções, levarão à simplificação, contudo, não deve haver o sentimento empático no relacionamento pessoal Psicoterapeuta x Cliente, entretanto, o primeiro deve aceitar e ao mesmo tempo ser capaz de contestar o segundo para evitar uma cumplicidade de admiração mútua. O cliente poderá expressar uma forma pessoal que não tenha nenhuma relação aparente com o que o Psicoterapeuta está ouvindo.
Assim, o Psicoterapeuta deverá procurar compreender os prováveis mecanismos de defesa do cliente da forma mais profunda possível, tendo em vista que são prevalentemente inconscientes e podem ser transferidos. Eles se exprimem sob forma de repulsa,
impressão de estar sendo envolvido em algo insignificante, ou ainda, a sensação de ser ridículo. É mais importante aprender a compreendê-los do que eliminá-los, sugerimos a observação atenta e audição adequada ao ritmo do relato do cliente. Se o Psicoterapeuta tiver a impressão de ter compreendido imediatamente o cliente, logo verificará que também está preso a uma resistência. Por essa razão, enquanto escuta o cliente, é importante evitar interpretação efêmera.
Os clientes geralmente sentem dores psíquicas resultantes de vários sentimentos e muitas vezes não expressam claramente nada sobre essas angústias. Uma forma de acolher o cliente ocorre antes de qualquer consideração sobre o seu estado emocional, ou seja, o que é revelado pela sua personalidade.
Vejamos o que diz GRAY(2005):
“[…]. O autoconhecimento, junto com um pouco de experiência do mundo, estabelecerá então, facilmente, o padrão socrático de valores naturais e inevitáveis para qualquer homem ou qualquer sociedade. Cada sociedade identificará esses valores na medida de sua inteligência e os defenderá na medida de sua vitalidade […]”3
De nada serviria reconhecer as diversidades humanas típicas, se isto não apresentasse também um passo adiante para se perceber os outros e para aproximar-se deles, porém é preferível que a intimidade que se desenvolve no trabalho recíproco, tenha dimensão menos concentrada na satisfação pessoal do cliente.
O Psicoterapeuta deve aprestar para apresentar o cliente a si próprio, ter conhecimento para uma possível, contudo, sadia desilusão do cliente com a terapia e, admitir como certo que a fonte do saber é e será sempre o relato que o cliente revelou.
1 MAGALHÃES de Alves Luciano. LAMPEJOS- Um ensaio sobre o método quadrifocal para a expansão da consciência-. 2a ed. Belo Horizonte – MG. Oficina de Arte e Prosa. 1997. 36 p.
2 PFEIL Cláudio. Diário de um Analisando em Paris. 1a ed. Zagodoni. São Paulo-SP 2013. 26 p.
3 GRAY John. Cachorros de Palha. 1a ed. Record. Rio de Janeiro-RJ. 2005. 211
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Raimundo Amim Lima Haddad – CRT 38326 – Terapeuta Holístico, trabalha com Reiki, Calatonia, I Ching, Florais, Terapia Corporal e Fitoterapia, dentre outras técnicas. |
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Raimundo Amim Lima Haddad – CRT 38326 – Terapeuta Holístico, trabalha com Reiki, Calatonia, I Ching, Florais, Terapia Corporal e Fitoterapia, dentre outras técnicas. |