Se Hitler Tivesse Seguido Sua Carreira Como Artista Plástico…
_Dr. Freud já irá lhe atender. Pode deixar que guardo seu estojo de pintura, Sr. Hitler!
Uma versão alternativa da História,
neste artigo do
Artista Plástico e Psicanalista Henrique Vieira Filho
Quando se vivencia o holismo, torna-se tentador que um mesmo artigo interrelacione tópicos aparentemente distintos. Neste caso: Viena, paz, terapia e artes plásticas…
Eu, um Psicanalista, expondo como Artista Plástico, minhas telas, pela terceira vez em Viena… perto da morada de Freud … e da Academia de Artes de Viena, a qual recusou, por duas vezes, o ingresso de um esperançoso artista, período este descrito por ele como o mais triste de sua vida.
Sim, é dele mesmo que estamos tratando: Adolph Hitler (o qual pintou as flores ao acima…)!
Há cerca de 120 anos, na mesma região em que hoje tenho o prazer de expor minhas pinturas, vagava o futuro ditador (à época, tão somente um artista plástico em busca de reconhecimento…), pelas mesmas ruas e cafeterias frequentadas por Sigmund Freud (recém consagrado em suas teorias…), e também por Stalin e Trotsky (foragidos da Rússia…) e ainda havia o jovem Josip Broz Tito (sim, o próprio: futuro líder sangrento da Iugoslávia…)!
Da rua em que expõem minhas telas, eu poderia ir a pé até o Café Landtmann (que funciona até o dias de hoje…), consolar o jovem artista Hitler e encaminhá-lo à Psicanálise com o promissor Freud, que também era frequentador do local.
E, se ele não estivesse, era só caminharmos mais um pouco até a rua Berggasse, onde ele morava e atendia.
E ainda poderia aproveitar e levar junto, Stalin, Trotsky e Tito e pedir um desconto para grupo… ou até iniciar o conceito de terapia grupal!
Parte desta fantasia foi explorada pela BBC, em 2007, com a rádio-novela “Dr. Freud Will See You Now, Mrs. Hitler” (Dr. Freud O Verá Agora, Sr. Hitler), escrita pela dupla de comediantes Laurence Marks and Maurice Gran.
Ainda com Viena em mente, todo ano sou chamado a desenvolver uma nova exposição, no Brasil, tendo como temática principal, a PAZ…
Por isso, minha imaginação extrapola, (con)fundindo os fatos históricos de 1913, com as sincronicidades de personalidades tão marcantes da história, andando pelos mesmos locais, à mesma época…
Impossível deixar de cogitar… A História teria sido reescrita, se Hitler tivesse seguido seus sonhos como Artista Plástico? E se tivesse sido psicanalisado pelo seu colega de cafeteria, Sigmund Freud?
E se entre um café e outro, Stalin, Trotsky e Tito resolvessem experienciar algumas sessões de análise? Ou se formassem, juntamente com o Adolph, uma nova e revolucionária… academia de artes!?
Sei bem, tanto como Profissional, quanto como Cliente, tanto de Arte, quanto de Terapia (e até de Arteterapia…) o quanto estes recursos podem melhorar a qualidade de vida de uma pessoa.
De bem consigo mesmo, são remotas as chances do indivíduo transferir para o coletivo as suas angústias e frustrações.
Tivesse a Arte e/ou a Psicanálise sido integrada à vida deste seleto grupo de figuras históricas que se “esbarravam” em Viena, a humanidade teria ainda muitos anos a mais de PAZ…
Por sinal, a pintura que escolhi para representar meu trabalho, em Viena, apresenta a mensagem de paz e esperança, com a presença voadora do Tsuru (origami de pássaro similar à garça…), guiado pela mártir japonesa Sadako (vítima-símbolo da bomba atômica).
Nos detalhes da Tela “Rio Wall“, também encontramos o icônico Pão de Açúcar referenciando o Brasil, sendo preenchido por textura inspirada na obra de Pieter Bruegel, “A Torre De Babel”.
O cenário de complexidade social é complementado pelas ondulações símbolos das calçadas cariocas (curiosamente, este desenho é original de Portugal, na Praça do Rocio em Lisboa…) nesta obra, transparentes a ponto de dar visualização a um verdadeiro exército oculto sob o solo (inspirados nas estátuas dos guerreiros de terracota chineses…).
Não seria uma obra minha sem homenagens e toques de irreverência, sendo que a tela “Rio Wall” conta com o roqueiro Roger Waters (do clássico “The Wall”, dentre outras espetáculos…) “pichando” um muro, sob a cumplicidade de Salvador Dali, estabelecendo, assim, a “ponte” com o “antigo continente”, já que esta obra excursiona a partir de março, por vários países europeus.
(Veja alguns destes detalhes neste outro vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=lZvbPnTMYeo)
E, em breve, estenderei o convite para que venham, de Viena, para São Paulo, pois, assim que encerrar a temporada na Áustria, abrirei meu estúdio ao público, para que venham conhecer de perto as obras!
Biografia:
Henrique Vieira Filho é artista plástico, escritor, jornalista e terapeuta holístico. Nas artes, é autodidata e seu estilo poderia ser classificado como surrealismo figurativo.
Por mais de 25 anos, esteve à frente da organização da Terapia Holística no Brasil, sendo presença constante nos meios de comunicação. Elaborou as normas técnicas e éticas da profissão, além de ser autor de dezenas de livros e centenas de artigos, que são adotados como referência em vários países.
Henrique Vieira Filho é artista visual, agente cultural (SNIIC: AG-207516), produtor cultural no Ponto de Cultura “Sociedade Das Artes” (SNIIC: SP-21915), diretor de arte, produtor audiovisual (ANCINE: 49361), escritor, jornalista (MTB 080467/SP), educador físico (CREF 040237-P/SP) e terapeuta holístico (CRT 21001).